Sabemos, de longa data, que a educação pública no Estado do Rio Grande do Sul sempre esteve no centro de muitas polêmicas. Greves por melhores condições de trabalho e vencimentos dignos mobilizaram a categoria por décadas. Nem sonhava ainda em pertencer ao quadro do magistério público estadual e as professoras (porque a associação à nossa profissão ainda é muito feminina – no sentido da missão/vocação) já se embatiam com o poder governamental em busca de uma escola de qualidade para se ministrar e receber aulas.
Nas últimas gestões estaduais, fomentados por um desgaste junto à opinião pública, os professores foram empurrados à mais funda depressão na história do magistério: somos desrespeitados, marginalizados, e, pela atual Secretaria, alvos de deboche e desmérito.
Apesar de todos os escândalos no Governo Yeda, nos bastidores da SECRS a gestora administrativa da pasta da Educação leva adiante o projeto de política aterradora para a classe dos mestres através da explanação de mudanças vis no Plano de Carreira. Tais modificações, já divulgadas de modo superficial pela mídia, vêm de encontro ao sonho maior de todo educador: poder oferecer seu trabalho dignamente após anos de estudo àqueles que buscam na escola pública a única saída para uma melhor posição na vida.
Em reuniões espraiadas pelo Rio Grande do Sul, dirigidas exclusivamente aos diretores das unidades estaduais, a Secretária da Educação vem mostrando o Plano – sem discussão. Sugere que algumas alterações poderão ser feitas de acordo com um questionário que vem sendo preenchido por estes diretores. Ainda afirma que haverá uma consulta a 4.000 professores da rede estadual a fim de obter a aprovação final das mudanças.Entretanto, em nenhum momento foi esclarecido de que modo essa consulta será viabilizada.
Como professora há mais de 20 anos, quero ter o direito inequívoco de participar, opinando sobre tais mudanças no Plano. Essa falta de transparência assusta! Assim como os demais problemas no Governo Yeda, tudo o que se planeja fica à sombra, restando à opinião pública engolir, mais uma vez, o que for noticiado como resultado, do mesmo modo como o fez com os resultados fazendários.
Estaremos à mercê, mais uma vez, da supressão da democracia, pois discutir o futuro sem a participação de TODOS os interessados revela a fraqueza de um governo que só consegue o que quer através da tirania.
(artigo publicado no Correio de Gravataí em 27/05/09)
quarta-feira, 27 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
PARABÉNS!!!!
Laís (303), Malu e Nilda (301) e Rafaela (302), alunas do POLI, foram classificadas para a final do concurso de redações do Unificado/Zero Hora. O Poli não ficou atrás de nenhuma escola de Gravataí, município que no total teve 11 classificados.
Veja o listão no linck abaixo:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2504556.xml&template=3898.dwt&edition=12271§ion=1003
Vamos torcer pelas gurias no dia 16 de maio. Olha elas aí...
Veja o listão no linck abaixo:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2504556.xml&template=3898.dwt&edition=12271§ion=1003
Vamos torcer pelas gurias no dia 16 de maio. Olha elas aí...
sexta-feira, 8 de maio de 2009
DE PROFESSOR PARA PROFESSOR: QUEM SOMOS NÓS?
A crise do sujeito no mundo pós-moderno é um sintoma da sociedade em mutação. Os papéis clássicos desempenhados pelos atores nesta sociedade em (des)organização se invertem em rotação contínua, assinalando tempos em que a pluralidade de ações anunciam novos conceitos nas atividades profissionais.
O professor, figura que ainda resiste nos círculos da fragmentada configuração social de hoje, igualmente se inscreve como sujeito em transformação, embora não percebido como tal. Ser professor, em pleno século XXI não encontra ecos ressonantes na mítica figura do professor na primeira metade do século passado. O sacerdócio magisterial, a missão vocacional suplantava qualquer intenção profissionalizante, tanto que ser professor/professora era uma função sublimada na sociedade, muito dirigida às mulheres – talhadas para a delicada profissão, quer por sua doçura e paciência historicamente preconcebidas. Naquele tempo, não havia questionamentos acintosos sobre o fazer docente, pois que ensinar remetia a uma espécie de educação bancária: conhecimentos depositados pelo mestre e retirados após algum tempo – dava-se a aula e cobrava-a em provas de conteúdos absolutamente idênticos. O conhecimento, os conceitos apreendidos significavam o sucesso do professor e, também, de quem estudava – decorando. O lugar do sujeito, então, garantia-se pela execução de tarefas docentes verticalmente planejadas, e realizadas sem qualquer problema maior.
Nas veredas do século vinte, entretanto, a partir das revoluções culturais que se instauram com o advento dos meios de comunicação, assumindo importante suporte das mudanças que se desenrolariam ao longo das décadas de 60 em diante, o professor se desinstala de sua cômoda posição de transmissor de saberes. As exigências de uma educação que atenda às demandas da sociedade colocam o professor num ponto desviante de tudo o que a própria sociedade dele espera. O desejo de ancorar o conhecimento em bases sólidas para se construir uma nação mais desenvolvida tecnologicamente, e igualmente preparada dentro de um viés humanístico adequado, entra em choque com a realidade com que o professor se depara no universo escolar. Com a fragmentação da família e seus novos modelos constitutivos, a banalização das drogas, a desvalorização da educação formal, a crise de identidade do profissional da educação – como muitos preferem ser denominados – o SER professor se dissemina numa constituinte plural identitária, em que o sujeito não mais está centrado na sua função primeira: professar saberes.
Quem somos, então, na esteira das metamorfoses sociais? Somos amigos, conselheiros, tutores, fazemos as vezes de pais e mães ausentes, limpamos a escola, fazemos campanhas ambientais, tratamos de assuntos sobre os quais nem sempre temos competência e somos... professores? As questões se insurgem, mas as respostas não nos satisfazem, principalmente porque somos parte integrante desta sociedade metamorfogênica que também se vê múltipla. De uma evidência, porém, não fugimos: a presença do olhar do Outro nos modifica, fazendo com que tenhamos certeza de que nosso lugar no mundo existe, mesmo que em constante mutação.
O professor, figura que ainda resiste nos círculos da fragmentada configuração social de hoje, igualmente se inscreve como sujeito em transformação, embora não percebido como tal. Ser professor, em pleno século XXI não encontra ecos ressonantes na mítica figura do professor na primeira metade do século passado. O sacerdócio magisterial, a missão vocacional suplantava qualquer intenção profissionalizante, tanto que ser professor/professora era uma função sublimada na sociedade, muito dirigida às mulheres – talhadas para a delicada profissão, quer por sua doçura e paciência historicamente preconcebidas. Naquele tempo, não havia questionamentos acintosos sobre o fazer docente, pois que ensinar remetia a uma espécie de educação bancária: conhecimentos depositados pelo mestre e retirados após algum tempo – dava-se a aula e cobrava-a em provas de conteúdos absolutamente idênticos. O conhecimento, os conceitos apreendidos significavam o sucesso do professor e, também, de quem estudava – decorando. O lugar do sujeito, então, garantia-se pela execução de tarefas docentes verticalmente planejadas, e realizadas sem qualquer problema maior.
Nas veredas do século vinte, entretanto, a partir das revoluções culturais que se instauram com o advento dos meios de comunicação, assumindo importante suporte das mudanças que se desenrolariam ao longo das décadas de 60 em diante, o professor se desinstala de sua cômoda posição de transmissor de saberes. As exigências de uma educação que atenda às demandas da sociedade colocam o professor num ponto desviante de tudo o que a própria sociedade dele espera. O desejo de ancorar o conhecimento em bases sólidas para se construir uma nação mais desenvolvida tecnologicamente, e igualmente preparada dentro de um viés humanístico adequado, entra em choque com a realidade com que o professor se depara no universo escolar. Com a fragmentação da família e seus novos modelos constitutivos, a banalização das drogas, a desvalorização da educação formal, a crise de identidade do profissional da educação – como muitos preferem ser denominados – o SER professor se dissemina numa constituinte plural identitária, em que o sujeito não mais está centrado na sua função primeira: professar saberes.
Quem somos, então, na esteira das metamorfoses sociais? Somos amigos, conselheiros, tutores, fazemos as vezes de pais e mães ausentes, limpamos a escola, fazemos campanhas ambientais, tratamos de assuntos sobre os quais nem sempre temos competência e somos... professores? As questões se insurgem, mas as respostas não nos satisfazem, principalmente porque somos parte integrante desta sociedade metamorfogênica que também se vê múltipla. De uma evidência, porém, não fugimos: a presença do olhar do Outro nos modifica, fazendo com que tenhamos certeza de que nosso lugar no mundo existe, mesmo que em constante mutação.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Parabéns, alunos do POLI!!!
6 alunos do terceiro ano do POLI foram selecionados por mérito (prova objetiva e de redação) para o projeto Formare da GM, estando entre os dez primeiros do grupo de 20. Alunos de várias escolas fizeram a prova, mas os do POLI se puxaram!!
Valeu, gente! Continuem se empenhando.
Valeu, gente! Continuem se empenhando.
De volta...
Faz muuuuuito tempo que não posto nada. 2009 foi muito louco e corrido, mas terminou.
Aos alunos que tive no GENSA, um grande abraço. Não estou mais na escola, apenas na FACENSA (completei meu tempo no ensino médio particular - 25 anos!!!!).
Continuo com terceiros anos, agora (e novamente) no Polivalente de Gravataí. Tenho bons alunos e amigos lá.
Volto a postar logo, logo...
Aos alunos que tive no GENSA, um grande abraço. Não estou mais na escola, apenas na FACENSA (completei meu tempo no ensino médio particular - 25 anos!!!!).
Continuo com terceiros anos, agora (e novamente) no Polivalente de Gravataí. Tenho bons alunos e amigos lá.
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